O período chuvoso é uma fase de grande importância para a produção de pastagens. Com a abundância de água e condições climáticas favoráveis, as plantas forrageiras apresentam um desenvolvimento intensificado, resultando em um crescimento acelerado. Para aproveitar ao máximo essa fase, é fundamental adotar estratégias de manejo adequadas que garantam a manutenção da qualidade e da produtividade das pastagens, evitando problemas como degradação do solo e desperdício de forragem.
1. Planejamento de piquetes e rotação de pastagens
O sistema rotacionado permite que as plantas forrageiras tenham um período adequado de descanso, essencial para sua recuperação. A divisão das áreas em piquetes menores possibilita a otimização do uso da forragem, garantindo que os animais não permaneçam por períodos longos em uma única área, o que reduz o pisoteio excessivo e a compactação do solo.
Dicas de Manejo:
- Estabeleça um período de descanso, ajustando conforme o crescimento da forrageira.
- Planeje uma carga animal que seja condizente com a taxa de crescimento das pastagens para evitar subpastejo e superpastejo.
- Utilize o pastejo rotacionado para permitir que a planta tenha tempo para realizar fotossíntese, repor reservas e se desenvolver.
2. Controle do altura do pastejo
A altura ideal de corte ou pastejo é um aspecto crucial para a saúde das plantas forrageiras. Durante o período chuvoso, o crescimento acelerado das plantas pode levar ao acúmulo excessivo de material vegetal, o que reduz a qualidade nutricional da pastagem devido ao aumento da proporção de caules e à lignificação das plantas.
Recomendações de altura:
- Brachiaria brizantha (Capim Marandu):
- Altura de entrada: 25 a 35 cm
- Altura de saída: 15 a 20 cm
- Brachiaria ruziziensis (Capim Ruziziensis):
- Altura de entrada: 25 a 30 cm
- Altura de saída: 10 a 15 cm
- Panicum maximum (Capim Mombaça):
- Altura de entrada: 70 a 90 cm
- Altura de saída: 30 a 50 cm
- Panicum maximum (Capim Tanzânia):
- Altura de entrada: 60 a 80 cm
- Altura de saída: 25 a 40 cm
- Andropogon gayanus (Capim Andropogon):
- Altura de entrada: 50 a 60 cm
- Altura de saída: 20 a 25 cm
- Cynodon spp. (Capim Tifton 85):
- Altura de entrada: 20 a 25 cm
- Altura de saída: 5 a 10 cm
- Setaria sphacelata (Capim Setária):
- Altura de entrada: 30 a 40 cm
- Altura de saída: 15 a 20 cm
- Paspalum notatum (Gramão Batatais):
- Altura de entrada: 10 a 15 cm
- Altura de saída: 5 cm
- Panicum maximum (Capim Massai):
- Altura de entrada: 40 a 50 cm
- Altura de saída: 20 a 30 cm
- Panicum maximum (Capim Zuri):
- Altura de entrada: 80 a 90 cm
- Altura de saída: 40 a 50 cm
- Panicum maximum (Capim Tamani):
- Altura de entrada: 35 a 45 cm
- Altura de saída: 20 a 25 cm
3. Adubação de cobertura
No período chuvoso, o uso da adubação de cobertura pode potencializar o crescimento das pastagens, melhorando a disponibilidade de nutrientes no solo. Nutrientes como o nitrogênio, fósforo e potássio são essenciais para o desenvolvimento das plantas forrageiras, e sua aplicação nesse período favorece o rápido aproveitamento pela planta.
Estratégias de adubação:
- Realize uma análise de solo para identificar as necessidades específicas da área.
- Aplique adubos ricos em nitrogênio, como ureia, em doses fracionadas ao longo do período chuvoso, para evitar perdas por lixiviação.
- Utilize fontes de potássio e fósforo para melhorar o desenvolvimento radicular e a resistência das plantas ao pisoteio.
4. Controle de plantas invasoras
As plantas invasoras competem com as forrageiras por água, luz e nutrientes, sendo um problema comum no período chuvoso, devido às condições ideais para o crescimento de diversas espécies indesejadas. O controle dessas plantas é crucial para evitar que comprometam a produtividade e a qualidade da pastagem.
Métodos de controle:
- Realize o controle mecânico ou manual das invasoras nas áreas de maior incidência.
- Utilize herbicidas seletivos quando necessário, sempre respeitando as dosagens e o período de carência indicado pelo fabricante.
- Implemente o manejo integrado, combinando métodos químicos e culturais para reduzir a ocorrência de invasoras ao longo do tempo.
Considerações finais
A aplicação de práticas adequadas, como o planejamento de piquetes, a manutenção da altura ideal de pastejo, a adubação de cobertura e o controle de plantas invasoras, são essenciais para garantir que as pastagens se mantenham produtivas. Além disso, o monitoramento constante do estado da pastagem e do solo é fundamental para realizar ajustes no manejo, de acordo com as condições climáticas e as necessidades da forragem.
Por Isadora Maêve