Publicações - O Sucesso da Pecuária Começa no Nascimento: Práticas Essenciais para o Manejo do Bezerro Recém-Nascido

Publicado em 12/09/24

O Sucesso da Pecuária Começa no Nascimento: Práticas Essenciais para o Manejo do Bezerro Recém-Nascido

O Sucesso da Pecuária Começa no Nascimento: Práticas Essenciais para o Manejo do Bezerro Recém-Nascido

O manejo de bezerros recém-nascidos é um dos momentos mais críticos na pecuária de corte. Sabemos que, na correria do campo, aplicar as práticas recomendadas pode ser desafiador, especialmente quando os recursos são limitados ou o tempo é escasso.

No entanto, investir nesses cuidados faz uma grande diferença no desenvolvimento do animal, na produtividade do rebanho e, consequentemente, no retorno econômico. Por isso, queremos compartilhar as melhores práticas de manejo, alinhadas à realidade das fazendas, e sugerir formas de adaptar essas ações ao dia a dia no campo.

1. Colostro: A Primeira Defesa do Bezerro

A ingestão do colostro nas primeiras horas de vida é fundamental para garantir a imunidade do bezerro. Sabemos que, em algumas situações, pode ser difícil monitorar se cada bezerro está mamando adequadamente. No entanto, esse cuidado é crucial, já que o colostro é responsável por fornecer os anticorpos necessários para proteger o animal contra doenças nos primeiros meses de vida.

O que pode ser feito:

Recomendamos que os vaqueiros observem de perto os recém-nascidos nas primeiras horas, garantindo que eles estejam mamando. Sabemos que o tempo é corrido, mas uma dica prática é criar uma rotina de inspeção durante o manejo diário, fazendo isso logo nas primeiras 2-3 horas após o parto. Se o bezerro não estiver mamando, é importante intervir prontamente, ajudando-o a se alimentar ou, se necessário, fornecendo o colostro por mamadeira. Uma ação simples como essa pode evitar muitas complicações futuras.

2. Cura do Umbigo: Prevenção Simples, Impacto Enorme

O umbigo do bezerro é uma das principais portas de entrada para infecções que podem levar a problemas graves, como septicemia. É comum que, na correria das atividades, esse cuidado passe despercebido, mas o uso de soluções desinfetantes, como iodo pode ser rápido e eficiente, garantindo a cicatrização adequada e protegendo o animal.

Como se adaptar no campo?

Ter o material necessário sempre à mão ajuda muito. Muitas vezes, não é a falta de conhecimento, mas sim a ausência dos recursos no momento certo. Sugerimos organizar kits de cura umbilical com desinfetante em pontos estratégicos da fazenda, como nos currais ou perto dos pastos maternidade, para facilitar o acesso durante os nascimentos. Além disso, treinar a equipe para monitorar o umbigo nos primeiros dias, verificando se há inchaço ou secreções, pode evitar infecções que só seriam percebidas mais tarde.

3. Manejo do Pasto Maternidade: Ambiente Seguro e Confortável

Sabemos que nem sempre é fácil dedicar uma área específica para o pasto maternidade, mas esse cuidado pode evitar muitos problemas no futuro. Pastos localizados próximos aos currais e com boa qualidade de forragem proporcionam um ambiente mais seguro tanto para a mãe quanto para o bezerro, além de facilitar o manejo da equipe.

Sugestões práticas:

Para as fazendas que têm dificuldades com espaço, uma alternativa é a rotação dos lotes, evitando o acúmulo de parasitas e garantindo que os animais sempre tenham acesso a um pasto de qualidade. Isso também ajuda a evitar a degradação do solo. Se a fazenda tem lotes limitados, o uso de cercas móveis pode ser uma solução interessante para dividir áreas e permitir o descanso adequado da vegetação, sem superlotação.

4. Pesagem e Registro: O Valor da Informação

A pesagem logo após o nascimento e o registro detalhado dos dados do bezerro são práticas que muitas vezes são vistas como demoradas ou burocráticas, mas esses registros são essenciais para o acompanhamento do desenvolvimento do animal. Além disso, eles oferecem uma base sólida para tomar decisões sobre o manejo nutricional e reprodutivo da fazenda.

Como facilitar esse processo?

Sabemos que o trabalho é intenso e que nem sempre é fácil registrar todas as informações de forma manual. Por isso, recomendamos o uso de fichas simples e acessíveis ou, para quem tem a possibilidade, a implementação de sistemas digitais que integrem os dados diretamente ao controle da fazenda. Ter esses dados organizados permite intervenções mais rápidas e precisas, como ajustes na alimentação dos bezerros que não estão ganhando peso como deveriam.

5. Monitoramento Contínuo: Olhos Atentos no Dia a Dia

Os primeiros dias de vida do bezerro são os mais críticos, e o monitoramento constante é fundamental para identificar rapidamente qualquer sinal de doença, como diarreia ou infecções respiratórias. No entanto, sabemos que, com tantas tarefas no campo, é difícil manter a vigilância constante.

Como simplificar?

Uma dica é incorporar o monitoramento dos bezerros à rotina diária da fazenda. Se o vaqueiro já está no pasto para outras atividades, ele pode, de forma rápida, observar o comportamento dos bezerros: estão mamando? Apresentam sinais de doença? Criar checklists simples para a equipe pode ajudar a manter o foco nesses pontos críticos. Além disso, organizar turnos de vigilância pode garantir que esses cuidados sejam divididos entre a equipe, aliviando a sobrecarga de trabalho.

Conclusão

O sucesso no manejo de bezerros recém-nascidos não depende apenas de conhecimentos técnicos, mas também da capacidade de adaptar essas práticas à realidade da fazenda.

Entendemos que as condições no campo nem sempre facilitam a aplicação de todas essas práticas de manejo, entretanto acreditamos que com soluções práticas e uma equipe bem treinada, é possível garantir a saúde dos bezerros e maximizar os resultados.

O manejo adequado, como o fornecimento de colostro, o tratamento do umbigo e o monitoramento constante, impacta diretamente o futuro do rebanho e o retorno econômico da fazenda e estamos comprometidos em ajudar as fazendas a adaptar essas práticas de maneira eficaz, trazendo soluções que respeitam o tempo e os recursos disponíveis, mas sem comprometer o bem-estar e a produtividade dos animais.

Por André Ferro

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